Redação, Carta Maior
“O dispositivo midiático demotucano tem martelado em tom de condenação sumária que a construtora Delta -- suspeita de ser uma espécie de caixa de compensação bancária do esquema Cachoeira/Demóstenes-- é a empresa com o maior volume de contratos junto ao PAC. Esse traço evidenciaria, sugere o tom do noticiário, um comprometimento automático do governo e do PT com a quadrilha manejada por Cachoeira. Mais de 80% das licitações vencidas pela Delta são de obras sob a responsabilidade do Dnit, o Depto Nacional de Infraestrutura de Transportes. Dos R$ 862,4 milhões pagos à construtora em 2011, 90% vieram do órgão.
“O dispositivo midiático demotucano tem martelado em tom de condenação sumária que a construtora Delta -- suspeita de ser uma espécie de caixa de compensação bancária do esquema Cachoeira/Demóstenes-- é a empresa com o maior volume de contratos junto ao PAC. Esse traço evidenciaria, sugere o tom do noticiário, um comprometimento automático do governo e do PT com a quadrilha manejada por Cachoeira. Mais de 80% das licitações vencidas pela Delta são de obras sob a responsabilidade do Dnit, o Depto Nacional de Infraestrutura de Transportes. Dos R$ 862,4 milhões pagos à construtora em 2011, 90% vieram do órgão.
Nesta 3ª feira, uma pequena nota escondida
num canto de página da Folha, baseada em escutas da PF mostra que:
a) o Dnit estava insatisfeito com a
qualidade e irregularidades das obras tocadas pela Delta;
b) desde 2010 o Dnit iniciou uma série de
processos que poderiam levar a perdas de contratos pela construtora, ademais de
submetê-la a investigações da PF e do Tribunal de Contas;
c) o agravamento dos atritos levou a
Delta a acionar Cachoeira e seu grupo, que passaram a trabalhar pela
queda do então diretor-geral do Dnit, Luiz Antonio Pagot, uma indicação
do PR, o Partido Republicano;
d) em gravações feitas pela PF no primeiro
semestre de 2011, Cachoeira diz a Claudio Abreu, diretor da Delta, que já
estava fornecendo informações sobre irregularidades no Dnit para a revista
"Veja";
e) a presidente Dilma Rousseff pediu o
afastamento de Pagot no dia 2 de junho, depois que 'denúncias' contra o
Dnit foram publicadas pela 'Veja', envolvendo suposto esquema de propinas
que beneficiariam o PR;
f) Pagot alegou inocência e resistiu até o
dia 26 de julho, quando entregou a carta de demissão, em meio a uma crise que
já havia derrubado toda a cúpula do ministério dos Transportes ligada ao PR
(incluindo o ministro) ;
g) o ex-presidente Lula tentou evitar a
queda de Pagot. Não por acreditar em querubins. Preocupava-o
a rendição recorrente ao denuncismo gerado por disputas entre quadrilhas
associadas a órgãos de imprensa.Lula estava certo.”
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