Discurso histórico


Mair Pena Neto, Direto da Redação

“A política de punhos de renda invariavelmente impede que governantes digam ao povo o que gostariam de dizer, de maneira clara, para que todos entendam o que está se passando, quais forças antagônicas se digladiam e quais os interesses por trás de cada grupo de pressão. Ao bom político, recomenda-se não acirrar as tensões para evitar fraturas sociais que poderiam vir a inviabilizar seus próprios governos.

Determinados momentos históricos, porém, exigem discursos mais claros e diretos. Que funcionem quase como consultas públicas. Uma maneira de dizer à população: “olha, viemos até aqui e para seguir adiante estamos enfrentando as seguintes barreiras. Vamos enfrentá-las?”. Tal explicitação exige que se dê nome aos bois. Que interesses estão sendo contrariados e por que.

Neste sentido, não seria exagerado classificar como histórico o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff alusivo ao 1º de Maio. A presidente não se limitou a destacar o papel do trabalhador no desenvolvimento do país, e apontou para a necessidade de que ele desfrute cada vez mais da riqueza que ajuda a produzir. Isso significa, segundo as palavras de Dilma, enxergá-lo como cidadão e como consumidor, “com condição de comprar todos os bens e serviços que sua família precisa pra viver de maneira cômoda e feliz”.

A presidente mencionou o esforço do governo em reduzir os juros e cobrou dos bancos privados a oferta de mais crédito a custo mais baixo. Mais ainda, Dilma considerou inexplicável aos brasileiros a “lógica perversa” do setor financeiro, que não reduz suas taxas nem para as empresas e nem para os consumidores apesar da estabilidade da economia brasileira e da queda contínua da taxa básica de juros.”
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