Mair Pena Neto, Direto da Redação
“Tão ou mais incômoda que a atitude do
contraventor Carlinhos Cachoeira diante da CPI que investiga suas atividades
criminosas é a presença, a seu lado, do brilhante advogado e ex-ministro da
Justiça do Brasil, Marcio Thomaz Bastos. Não deixa de causar estranheza ver
ali, na defesa de um homem que corrompia as estruturas da sociedade, outro
homem que, até bem pouco tempo, era responsável justamente por zelar pelo bem
destas mesmas estruturas.
É ponto pacífico que todo cidadão tem
direito à defesa jurídica, por pior que tenha sido o seu crime, mas não deixa
de ser constrangedor ver o ex-ministro da Justiça orientando o contraventor a
como proceder e empenhando toda a sua capacidade profissional para livrá-lo de
acusações que custaram muito ao Estado para serem fundamentadas.
Carlinhos Cachoeira está preso em
decorrência de duas operações da Polícia Federal, que constataram o alcance de
sua ação criminosa entre os poderes constituídos. A organização do contraventor
tomou de assalto um estado inteiro da federação, o de Goiás, numa
microrepresentação do que acontece atualmente no México, onde o crime se
infiltrou de tal modo no aparelho de Estado, que se torna a cada dia mais
difícil combatê-lo.
A influência de Cachoeira se via no
Executivo goiano, a partir do próprio governador Marconi Perillo (PSDB); no
Legislativo, não apenas local, mas entre os representantes do estado na Câmara
Federal, com destaque para a figura do até então impoluto senador Demóstenes
Torres (ex-DEM); e no Judiciário, a ponto de levar a ministra do Superior
Tribunal de Justiça, Laurita Vaz, a se declarar impedida de julgar o habeas
corpus do contraventor pelo fato de ser goiana e de ter tido contato social ou
profissional com autoridades públicas supostamente envolvidas com Cachoeira.”
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