“O presidente Federico Franco fez de tudo
para convencer o Brasil de que pode ser mais “barato” do que Fernando Lugo,
falando em pagar dívidas de Itaipu e em proteger os brasiguaios; no entanto, no
seu primeiro teste internacional, Dilma agiu bem ao rejeitar o suborno e
mostrar que, na diplomacia, princípios pesam mais do que interesses
Nas primeiras entrevistas que concedeu como
presidente do Paraguai, Federico Franco tentou subornar o Brasil. Simples
assim. Logo depois de ser empossado, ele sinalizou que pagaria dívidas de
Itaipu, que protegeria os 6 mil fazendeiros brasileiros no Paraguai, conhecidos
como brasiguaios, diante dos camponeses locais e fez de tudo para demonstrar
que, na relação bilateral, poderia ser mais “barato” para o país do que seu
antecessor Fernando Lugo.
Ocorre que, na diplomacia, não existem
apenas interesses econômicos. Há também princípios. E estes devem vir na
frente. Foi exatamente isso o que a presidente Dilma Rousseff demonstrou na
nota divulgada na noite deste sábado, após uma reunião de emergência que contou
com a participação do chanceler Antônio Patriota, do ministro Celso Amorim, da
Defesa, de Edison Lobão, de Minas e Energia, e do presidente de Itaipu, Jorge
Samek. Na prática, o Brasil condenou a ruptura da ordem democrática no Paraguai
e convocou para consultas em Brasília o embaixador brasileiro em Assunção. É o
primeiro passo para a imposição de sanções econômicas e diplomáticas ao Paraguai.
Como gigante regional, o Brasil também
fortaleceu o processo de integração sul-americana ao enfatizar que a decisão
brasileira será tomada em conjunto com os demais países da Unasul, a União de
Nações Sul-Americanas. Leia, abaixo, a nota do Itamaraty:
" O governo brasileiro condena o rito
sumário de destituição do mandatário do Paraguai, decidido em 22 de junho
último, em que não foi adequadamente assegurado o amplo direito de defesa.
Medidas a serem aplicadas em decorrência da ruptura da ordem democrática no
Paraguai estão sendo avaliadas com os parceiros do Mercosul e da Unasul".
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