"A
direita está buscando mortos para desestabilizar o governo", diz o
presidente da Bolívia, Evo Morales, sobre greve nacional de policiais;
agricultores marcham a La Paz
para defender democracia; "Cenário de golpe", vê ministra da
Comunicação; precedente paraguaio aumentou riscos
Brasil 247
O exemplo do Paraguai, onde o presidente
Fernando Lugo foi alvo de impeachment, na sexta-feira 22, depois de apenas 30
horas da abertura do processo na Câmara dos Deputados, pode ser aplicado na
Bolívia. É o que teme o presidente Evo Morales, cujo governo enfrenta uma greve
nacional de policiais. No domingo 24, houve conflitos entre tropas do governo e
grevistas. "A direita quer produzir mortes para dar impulso à greve e
desestabilizar o país", disse Morales, convocando a população,
indiretamente, a defender seu mandato. O apelo já está sendo atendido, com
marchas de camponeses sendo organizadas no interior para chegarem ainda nesta
semana a La Paz. As
marchas terão caráter essencialmente político, organizadas para sustentar as
mudanças promovidas por Evo e se colocar contra qualquer iniciativa de ruptura
institucional.
O receio é o da repetição, em moldes
semelhantes, do que foi considerado um golpe parlamentar, no Paraguai. Depois
que um conflito entre agricultores e policiais resultou em 17 mortos, na região
de Caraguaty, a Câmara dos Deputados, em Assunção, votou a abertura de um
processo de impeachment contra o presidente Fernando Lugo na quarta-feira 20 e,
na sexta 22, o Senado consumava a destituição. Fora do poder, Lugo, nesta
segunda 25, anunciou a constituição de um governo paralelo. O presidente
empossado Federico Franco considerou a iniciativa "uma piada".
Brasil, Argentina e Uruguai não reconheceram e não devem reconhecer tão cedo o
novo governo. O Paraguai, enquanto isso, está suspenso do Mercosul.”
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