José Antonio Lima, CartaCapital
"Uma pesquisa do Centro de Pesquisas Pew,
dos Estados Unidos, mostra como a crise econômica mundial tem abalado a crença
de que o capitalismo é o melhor sistema para se viver. O levantamento do Pew,
feito com 26 mil pessoas em 21 países entre março e abril, revelou que no mundo
desenvolvido, mais afetado pela crise, o apoio ao capitalismo vem ruindo.
Ao mesmo tempo, os brasileiros despontam como um dos principais entusiastas do
sistema.
O Pew mede o apoio ao capitalismo questionando
os entrevistados em que medida eles concordam com a frase “as pessoas estão bem
numa economia livre mercado, mesmo que existam alguns pobres e alguns ricos”.
Em 13 dos 21 países, 50% ou mais das pessoas responderam favoravelmente. Entre
os oito onde a maioria “rejeita” o capitalismo estão a Espanha (47% apoiam) e a
Grécia (44%), duas das nações mais afetadas pela crise.
As piores margens de apoio estão no Japão
(38%) e no México (34%). Dos 21 países, 16 já haviam sido pesquisados pelo Pew
anteriormente. Em nove desses 16 país o apoio ao capitalismo vem caindo. O
maior declínio foi verificado na Itália (23 pontos percentuais) e na Espanha
(20 pontos).
No Brasil, entretanto, as coisas são
diferentes. Três em cada quatro pessoas entrevistadas no País disseram
concordar com a frase “as pessoas estão bem numa economia livre mercado, mesmo
que existam alguns pobres e alguns ricos”. O resultado chama a atenção, uma vez
que, em 2002 e 2006, ao eleger Luiz Inácio Lula da Silva, e em 2010, ao
escolher Dilma Rousseff, os brasileiros colocaram no poder governantes que
tinham no combate à desigualdade social uma de suas prioridades.”
Foto: Yasuioshi Chiba / AFP
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