Caso Malafaia desnuda método político de Serra

Tudo começou com uma entrevista às páginas amarelas de Veja, em que o pastor dizia que o Brasil não é homofóbico. Depois, o ataque em vídeo a Fernando Haddad pelo kit-gay e a tabelinha nas redes sociais com o "sensacional" Reinaldo Azevedo. Agora, no iPad do próprio candidato tucano, a prova definitiva: um recado da assessoria com a mensagem de que Malafaia não se incomodaria com o distanciamento de Serra, que finge não ter nada a ver com a baixaria


Acaba de ser desmascarada uma operação política rasteira, que revela os métodos de ação do tucano José Serra. Uma foto que mostra a tela do iPad do próprio candidato contém uma mensagem de sua assessoria, informando que o pastor Silas Malafaia não ficaria incomodado se Serra tentasse se desvincular do vídeo em que o evangélico ataca duramente Fernando Haddad pelo chamado kit-gay.

Logo depois da divulgação do vídeo, Haddad afirmou que Serra recorreria "às trevas" para vencer a eleição em São Paulo, enquanto o tucano afirmou que Malafaia apenas ofereceu seu apoio e ele aceitou. Do vídeo, que repercutiu mal até entre tucanos, Serra tentou se distanciar, mas a mensagem mostra o contrário. Serra e Malafaia fazem parte da mesma operação política.

Uma operação que começou a ser desenhada há vários meses. Em junho deste ano, Malafaia concedeu uma entrevista às páginas amarelas de Veja em que, com ar de bom moço, dizia: "O Brasil não é homofóbico". Nela, afirmava apenas ser contra os "ativistas gays", que tentam impor sua agenda à sociedade.

À época, a entrevista foi repercutida por Reinaldo Azevedo, ponta de lança da campanha serrista, assim como o vídeo desta semana. Ontem, no Twitter, Malafaia elogiou o "brilhante" Azevedo. Enquanto isso, Serra fingia não ter qualquer vínculo com a baixaria, por mais óbvia que fosse a conexão. Afinal, quando se juntam Veja, Malafaia e Reinaldo, a única certeza é: Serra estava presente.”

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