“Em cadeia nacional de rádio e televisão,
Cristina Kirchner cobrou o cumprimento da lei que, na Argentina, irá combater
monopólios da informação e que é encarada, pelos atuais grupos de mídia, como
perseguição
Renata Giraldi, Agência Brasil / Brasil 247
A presidenta da Argentina, Cristina
Kirchner, determinou o dia 10 de dezembro como prazo máximo para que as
empresas do setor de imprensa e audiovisual apresentem seus planos de adaptação
à nova Lei do Audiovisual. A lei foi aprovada em 2009 e limita a quantidade de
licenças de rádio e televisão no país.
Ela alertou que se a ordem não for
obedecida, a Autoridade Federal de Serviços de Comunicação Audiovisual (Afsca),
órgão responsável por supervisionar a concessão de licenças, poderá
"agir". “Ninguém pode estar acima dos três poderes do Estado”, disse
a presidenta da Argentina, em cadeia nacional de rádio e televisão.
De acordo com o presidente da Afsca, Martín
Sabbatella, o objetivo da decisão é evitar "monopólios". A lei exige
das empresas de mídia a entrega dos planos de adaptação no dia 8 de dezembro,
mas Kirchner decidiu adiar o cumprimento da medida para o primeiro dia útil
seguinte (10 de dezembro).
Durante o pronunciamento de Cristina
Kirchner, Sabbatella aproveitou para criticar o grupo Clarín (que tem o
controle do principal jornal do país e detém emissoras de rádio e televisão),
que faz oposição ao governo. “É o único [grupo de comunicação] que tem 250
licenças, o que excede o que a lei permite, e não reconhece o papel da
Afsca", disse ele.
Sabatella acrescentou que "a lei é
para todos e foi feita para ser cumprida”. Ao ser perguntado se os
trabalhadores do grupo Clarín podem estar preocupados com seus empregos, ele
disse que o governo “fará todos os esforços” para cuidar dos postos de trabalho
e que a lei vai gerar “maior pluralidade de vozes e novos postos de trabalho”.
O grupo Clarín, por sua vez, informou que a
lei está sendo analisada pela Justiça e diz ser alvo de "ataques do
governo". Nos últimos dias, apoiadores do governo exibiram faixas com a
inscrição 7D (7 de dezembro) e oslogan do Clarín.”
*Com informações da BBC
Brasil
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