“Presidenta inaugura obras ao lado de
governador pernambucano, enquanto tucano evita evento de seu partido com
senador mineiro em São Paulo
Em mais um lance do xadrez pré-eleitoral de
2014, a
presidenta Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, e o senador Aécio Neves
(PSDB), pré-candidato tucano para o mesmo posto, viajam hoje (25) pelo país na
tentativa de consolidar alianças e superar divergências internas.
Dilma está em Pernambuco, onde entrega
obras e máquinas no sertão do Pajeú ao lado do governador Eduardo Campos (PSB),
que pertence à coalizão de governo, mas tem emitido cada vez mais sinais de que
também será candidato em 2014 – numa movimentação que inclui a possibilidade de
aliança com o ex-governador paulista José Serra (PSDB), que, após sucessivas
derrotas eleitorais, perdeu espaço interno e ameaça deixar o partido.
Enquanto isso, Aécio vai a São Paulo como
estrela da série de seminários formatados pelos tucanos com título “PSDB: uma
agenda para o desenvolvimento do Brasil”. É a primeira vez que Aécio e seu
grupo – que inclui o presidente nacional do partido, o pernambuco Sérgio Guerra
– conquistam um posto avançado em solo paulista. Serra mandou avisar que não
estará presente, sob argumento de que havia programado viagem à Europa.
Os tucanos de São Paulo, de uma maneira
geral, resistem a abrir mão da primazia local sobre controle e os destinos do partido.
Segundo levantamento publicado hoje pelo jornal Folha de S.Paulo, apenas 8 dos
35 deputados estaduais do PSDB de São Paulo dizem apoiar a candidatura Aécio.
Nesse jogo, o governador Eduardo Campos tem
se colocado como fiel da balança tanto para PT como PSDB. De um lado, pressiona
para ser o candidato a vice de Dilma em 2014, desbancando o PMDB e abrindo
caminho para um acordo em que ele o sucessor da presidenta em 2018, caso ela se
reeleja no ano que vem. Como o PT e suas principais lideranças, inclusive o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reiteram publicamente que a prioridade
continua sendo o PMDB, Campos começou a articular-se com pessoas da oposição,
entre elas José Serra.
O governador estaria trabalhando junto a
Roberto Freire, presidente nacional do PPS e também pernambucano, a fusão deste
partido com o minúsculo PMN, dando origem a uma nova legenda cujo nome
provisório seria Partido da Esquerda Democrática (PED). Nesse cenário, Serra
deixaria o PSDB, entraria no PED e disputaria o governo de São Paulo, apoiando
e recendo o apoio de Campos no plano nacional.
Este seria o principal motivo pelo qual o
governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) tem se empenhado tanto em encontrar
um meio termo para o conflito Serra/Aécio. A entrada de Serra na disputa
estadual, na avaliação dos tucanos, ameaça o projeto de reeleição de Alckmin,
pois divide sua base de apoio no estado.”
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