"Empresas de internet engolirão mídias tradicionais"


Paulo Bernardo: "políticos não poderiam
ser proprietários de rádio e TV"

O ministro das Comunicações, durante entrevista exclusiva, comentou a sobreposição da Internet aos tradicionais veículos e questionou o conceito de oligopólio e concentração de propriedade do segmento.

Octávio Costa, Brasil Econômico 

Com um aparelho celular dotado da mais moderna tecnologia para Internet móvel, a 4G, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, recebeu a equipe do Brasil Econômico entusiasmado com o desafio de reformar a infovia no país.

Mesmo antes de iniciar a entrevista, comentou a sobreposição da Internet aos tradicionais veículos. Questionou o conceito de oligopólio e concentração de propriedade, num momento em que a Internet ocupa o espaço de todas as formas de comunicação - do telefone à televisão, passando pelo jornal e o cinema.

"O que é oligopólio se o poder agora está na Internet?", indagou citando o exemplo do Google, que se tornou o segundo maior recebedor de verba publicitária no Brasil. Mais tarde, ao falar sobre a regulação da mídia no país, insistiu no assunto: "Hoje nós temos empresas de Internet que vão engolir as telecom, as rádios, as televisões e todas as mídias", disse.

Amante das novas mídias, mas também assíduo ouvinte de rádio, o ministro defendeu com veemência a implantação do novo marco regulatório. E disse que a lei deve proibir a propriedade de emissoras de rádio ou televisão por políticos.


O lançamento da tecnologia 4G para internet móvel veio acompanhado de fortes críticas em relação à qualidade do serviço. Há queixas de que o alcance não é bom e de que turistas não vão conseguir entrar na frequência 2.5 GHz. Como o senhor avalia a estreia do 4G?

Tem muita marola por aí, que mistura conceitos. Começamos a fazer pela frequência 2.5 GHz porque que é a que está disponível e já é homologada mundialmente, já há vários países usando, e também porque a nossa frequência de 700 MHz, que é mais usada no mundo, está hoje na TV aqui no Brasil. Então, só posso fazer por essa frequência quando a TV estiver totalmente digitalizada.

O serviço está sendo implantado. É preciso que se entenda isso. Aconselho o norte-americano que vier para a Copa das Confederações a comprar um chip aqui. Ele tem a opção de usar o celular dele no 3G. Mas neste caso ele vai ser esfoliado, porque os preços do roaming internacional são altíssimos no mundo inteiro.


A Proteste fez uma crítica duríssima, alertando o consumidor de que ao adquirir um 4G estaria comprando gato por lebre, porque na verdade seria operado na 3G ou na 3G Plus. Como o senhor responde?

Isso é um equivoco total. Não há dificuldade alguma. Essas pessoas querem mostrar que sabem tudo e querem ensinar para o consumidor o que ele tem que fazer. O consumidor vai comprar se for vantagem para ele, se o serviço for bom. Se não for bom, no mês seguinte ele deixa o serviço. Esse negócio de ficar tutelando o consumidor não tem sentido. Às vezes essas críticas parecem mais lobby do contra.”
Entrevista Completa, ::AQUI::

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