Fogo amigo no PSDB

Serra e Aécio durante encontro no Senado, em fevereiro de 2011. Um vê caos na economia, mas o outro, não / Antonio Cruz/ABr
CartaCapital

O senador Aécio Neves (PSDB-MG), provável candidato tucano à Presidência da República, começou a experimentar o "apoio" do ex-governador de São Paulo José Serra, seu correligionário, para as eleições de outubro. Em uma palestra realizada em São Paulo, Serra contrapôs o discurso econômico de Aécio e disse não ver um cenário desastroso na economia brasileira.

"Eu não vejo que o quadro econômico seja tão calamitoso quanto se divulga", afirmou Serra, de acordo com o jornal O Globo. Ainda segundo o ex-governador, "não há o risco de descontrole inflacionário" e "não há perspectiva de descontrole na área fiscal e muito menos de calote".

A fala de Serra contrasta com o discurso recente de Aécio Neves, que vem tentando usar a economia para criticar a administração de Dilma Rousseff (PT).

Em dezembro, durante viagem pelo interior paulista, o senador mineiro criticou o crescimento da economia e afirmou que a alta do PIB brasileiro superaria apenas a da Venezuela neste ano. Em janeiro, Aécio publicou artigo criticando o "descontrole fiscal generalizado" promovido pelo governo Dilma e afirmou em entrevista que “a grande verdade é que o governo da presidente Dilma perdeu, sim, o controle sobre a inflação". Na quinta-feira 20, Aécio esteve em Belo Horizonte e reafirmou a crítica à economia. “Minas não se curvará ao desgoverno que tomou conta do país, à irresponsabilidade do governo federal, que vai nos legar um crescimento pífio, inflação alta e a falta de crescimento do Brasil”.

Serra tentou ser, pela terceira vez, o candidato do PSDB à Presidência, mas foi superado por Aécio Neves, que deve ser confirmado nas próximas semanas como o nome tucano para o pleito presidencial. Serra teve convites para deixar o PSDB, mas se manteve no partido e pode se candidatar a deputado federal neste ano."

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