Entre outras coisas, entidade pede criação de programa para a preservação das bacias |
Diego Sartorato, RBA
O Consórcio PCJ, associação que reúne representantes de 43 prefeituras e 30 empresas situadas ou atuantes na região das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, anunciou hoje (14) que programa, para a próxima semana, um grande ato contra a gestão da água realizada pelo governo de Geraldo Alckmin (PSDB) em São Paulo. O protesto, batizado de "Ato da Cantareira", será no reservatório de Jacareí, em Piracaia (a 62 km da capital), "onde o leito da barragem já apresenta vegetação de médio porte", segundo o comunicado. Nesta segunda-feira, o Sistema Cantareira alcançou o menor nível de sua história, com apenas 15% de sua capacidade disponível.
O Consórcio PCJ irá anunciar a data para realização
do protesto em sua próxima reunião executiva, que ocorre nesta
sexta-feira (21), mas já adiantou seus pontos de reivindicação: o início
de um novo programa de combate à perda d'água, a criação de um programa
intermunicipal de preservação e recuperação dos mananciais,
desassoreamento das calhas dos rios e dos reservatórios e revisão das
outorgas de uso de água do Sistema Alto Tietê (a exemplo da revisão das
regras para o Sistema Cantareira, atualmente em discussão). Um dos
pontos centrais do protesto, o respeito à Curva de Aversão de Riscos
para definir quanta água pode ser retirada dos reservatórios durante a
estiagem, também já havia sido questionado pelo Ministério Público.
Na semana anterior, o Consórcio assinou a Carta de Campinas, em que acusava o governo Alckmin de criar “a
falsa impressão que a região metropolitana de São Paulo está totalmente
protegida e que possui um sistema interligado, de vários reservatórios,
que garante seu abastecimento em qualquer situação”. O governo estadual
havia acabado de anunciar a interligação emergencial entre os sistemas
Cantareira e Alto Tietê para garantir reposição parcial de água aos
reservatórios, mas as obras não serão suficientes para reverter o quadro
atual de consumo e reposição de água: mesmo após as campanhas de
redução de consumo da Sabesp, o ritmo de consumo das regiões
metropolitanas de Campinas e São Paulo segue duas vezes maior do que a
vazão de afluentes nos reservatórios."
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