A alegre proposta do Santander





Foi com esse tipo de conversa, e graças a bilhões de euros em ajuda dos fundos da União Européia, e a outros bilhões de euros em dívida, que suas companhias e seus “empresários”, chegaram ao Brasil nos anos 1990, para aproveitar o desmonte de vastos setores da economia brasileira.
Naquele momento teria feito fortuna quem tivesse comprado a Espanha pelo que ela realmente valia, e vendido pelo valor que boa dos espanhóis lhe atribuía.

Hoje, a Espanha é a décima quarta economia, seu PIB diminuiu 1.2% em 2013, o desemprego é de 26%, a dívida pública líquida está em 96%, e suas reservas são de aproximadamente 20 bilhões de euros, enquanto as nossas são de mais de 370 bilhões de dólares.
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Por lá, o número de residências sem nenhuma pessoa empregada na família alcançou quase dois milhões, no primeiro trimestre, a população ativa baixou em 187.000 pessoas, e milhares de famílias foram despejadas desde 2008, por falta de pagamento da prestação da hipoteca, mais de 80.000 apenas no último ano.
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E, como costuma ocorrer a cada duas gerações, seus desempregados partem, novamente, para outros países, inclusive o nosso, em busca de futuro.
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Mesmo assim, as empresas espanholas e seus “executivos” no Brasil não perdem a pose. E agem como se fossem acabado exemplo de competência e modernidade, sem deixar de pavonear a suposta “Marca Espanha”. Mesmo que estejam devendo dinheiro e impostos ao governo federal e tenham prejudicado milhares de investidores brasileiros.
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A VIVO, por exemplo, deve três bilhões de reais ao BNDES, e contesta na justiça mais seis bilhões de reais em impostos devidos à Receita Federal, embora haja contratado, a peso de ouro, por um período, o genro do Rei Juan Carlos, acusado de corrupção, e envie centenas de milhões de euros em remessas de lucro para a matriz todos os anos.
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No caso do Santander, quem foi na conversa do Sr. Emilio Botin (foto) quando da estréia do banco na Bovespa, em 2009, já perdeu 45% que investiu.
Agora, “generosamente”, Botín acaba de anunciar a intenção de recomprar 25% do capital do Santander Brasil, que vendeu para seus “sócios” brasileiros a 22,50, a ação, há cinco anos, por 12,74 a unidade, mais um “prêmio” de 20%, o que dá um total de 15,28 reais.
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A intenção, segundo a imprensa espanhola, é, além de embolsar a diferença, aumentar, com esses papéis, o lucro da matriz, em meio bilhão de euros por ano, a partir de 2015.
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Quem aceitar a proposta, não receberá dinheiro, mas sim outras ações que Botin está emitindo na Espanha, no valor de 665 milhões de euros. Resta saber quanto ele oferecerá por elas, se vier a recomprá-las, daqui a alguns anos."

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